Ofícios

Artes e Ofícios

Os velhos ofícios sambrazenses remetem-nos para memórias de outros tempos. Tempos que se foram, costumes que permanecem, imagens que nos fazem recordar o que antes era normal e que agora nos causa admiração  e nostalgia.
São Brás de Alportel viu desenvolver no seu seio, noutras eras, artes que actualmente já não existem ou estão em vias de desaparecer. Testemunho disso são os trabalhos em palma, em barro ou em pedra que, em alguns sítios do concelho, ainda se mantêm. 
São também memórias de São Brás de Alportel os ofícios que em tempos idos eram essenciais para o quotidiano das pessoas. Estamos a falar do alfaiate, do barbeiro, cabeleireiro de senhoras, calceteiro, castrador, doceira, ferreiro, do fotógrafo, do marceneiro, da parteira, do sapateiro. Actualmente existem ainda algumas pequenas unidades produtivas, como os artesãos, fábrica da alfarroba, cortiça, mármore, lagar de azeite e telheiro.


Alfaiate
Corte de tecido
Alfaiate é o profissional especializado que exerce o ofício da alfaiataria, uma arte que consiste na criação de roupas masculinas (fato, camisa, calça, colete, etc.) de forma artesanal e sob medida. 
A mais antiga referência a este ofício remonta ao século XII, altura em que a profissão proliferava no povo judeu. O peso e importância desta profissão na sociedade era tal, que o apelido Alfaiate baptizou muitas famílias.
Um dos alfaiates de São Brás de Alportel é o Sr. Romão, residente nos Vilarinhos. Hoje com 71anos de idade, começou a trabalhar aos 16 anos com o seu pai. Começou por fazer fatos para homens, e cada fato custava na altura 10 escudos. O seu primeiro cliente foi o senhor Condinho; lembra-se como se fosse hoje. Actualmente já não exerce essa actividade, mas recorda-a com muita saudade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfaiate

Cadeira de Barbeiro
Barbeiro
O ofício de barbeiro nasceu na Antiguidade e este era não só o barbeiro mas também médico, cirurgião, dentista e amolador. Todas estas actividades garantiam a independência económica e davam estatuto social a quem as exercia.
Em São Brás de Alportel um dos poucos barbeiros que ainda exerce esta profissão é o Sr. José Cavaco, de 90 anos de idade. Exerce esta actividade desde 22/12/1959; começou aos 19 anos de idade, com o pai, que lhe ensinou o ofício. Na altura um corte de cabelo e barba custava 2$50 e uma barba 1$50. Neste momento exerce a profissão com alguma dificuldade, não por necessidade, mas sim por gosto e tem clientes antigos, filhos cujos pais foram os primeiros clientes dele.
Neste momento um corte de cabelo custa 5 euros, uma barba 3 euros, cabelo e barba 8 euros.

Cabeleireiro de senhoras
Secador de pé
O Sr. Júlio Martins Negrão foi o primeiro cabeleireiro de senhoras em São Brás de Alportel. Começou a trabalhar em Maio de 1956, e aprendeu com o pai; aos 10 anos já ia com ele para o salão.
Na altura um corte de cabelo era de 7$50 , uma mise era 12$50, um corte e mise era 20$00 e uma permanente custava 30$00. Tinha a melhor clientela da vila.
Anos mais tarde tornou-se cabeleireiro unisexo e hoje com 80 anos, ainda trabalha. O Sr. Júlio diz que gosta muito da sua profissão e que tem muito gosto por aquilo que faz. /Ser cabeleireiro é uma arte. 

Pedras de calcário para calçada
Calceteiro
A calçada portuguesa, tal como o nome indica, é originária de Portugal, tendo surgido em meados do século XIX. Esta é amplamente utilizada no calcetamento das áreas pedonais, em parques, praças, pátios, etc.
A calçada portuguesa é feita com pedras de calcário e basalto, que são usadas para formar padrões decorativos pelo contraste entre as pedras de distintas cores. As cores mais tradicionais são o preto e o branco.

Em Portugal, os trabalhadores especializados na colocação deste tipo de calçada são denominados mestres calceteiros.
Em São Brás de Alportel também existiam muitos calceteiros, entre eles o Sr. Oliveira (nome fictício), que trabalha nesta profissão há 40 anos. Vai buscar pedras a vários sítios. Utiliza uma retroescavadora para arrancar a pedra e um camião para o transporte. Parte pedra para fazer calçada e alvenaria para muros. O trabalho é artesanal, ou seja, utiliza três tipos de martelo, dois eléctricos para partir as pedras de maior dimensão e um manual para moldar as pedras de calçada.      
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cal%C3%A7ada_portuguesa


Castrador


Utensílios de castrador
Esta profissão passou de geração em geração.
O castrador normalmente morava na aldeia e percorria toda a serra para exercer o seu ofício. Uma “faquinha” e um “estancador”, são essas as únicas ferramentas/instrumentos necessários. O Estancador parece um abre-latas metálico. A faquinha é uma lâmina curva, mais curta que um dedo mindinho de homem adulto. Ao longo de muitos anos, a lâmina do castrador já terá servido para a remoção de muitos e muitos testículos de porcos, cavalos, cães, burros… “Para capar um macho não é preciso muita atenção, é uma coisa fácil de fazer.” Capar fêmeas já exige mais perícia. Tem que se fazer um buraquinho, enfiar o dedo e por aí adiante. Não sendo este um manual de instruções para aprendizes de castrador, o que importa é que “depois de se ter a sabedoria, tudo é fácil.
O Sr. Manuel Gonçalves Cavalaria, começou esta profissão com doze anos e trabalhou até aos oitenta e sete anos. Castrou porcos cavalos e burros. Aprendeu com o pai; ia às feiras e aos mercados para se encontrar com as pessoas e combinar o dia para castrar os animais; também ia à casa das pessoas ou  estas levavam  os animais à sua casa. Castrava os porcos quando estes estes tinham entre os 4 e 5 meses. Para o efeito, usava uma lâmina ou faca de castrador, dava um corte nos testículos, para que estes não fizessem criação e para que a carne não tivesse mau gosto; também se castravam as fêmeas para que estas não procriassem. Para exercer esta profissão, o senhor Manuel teve de ir a Lisboa tirar um diploma. Segundo este senhor o seu ofício tem o nome de castrador, e não capador.
http://opaisdamesa.pt/2010/08/a-lamina-do-capador/

Costureira

A história da costura está intimamente ligada à história do próprio ser humano. Segundo pesquisas arqueológicas, o homem primitivo utilizava agulhas em osso e marfim para fazer as suas vestimentas de couro. O auge da costura, na antiguidade, atingiu-se com a civilização persa, porque confeccionavam-se peças mais confortáveis e personalizadas.
Com a Revolução Industrial a costura começou a ser padronizada e num primeiro momento, desvalorizou-se o trabalho de costureiro 


Máquina de costura
Actualmente a indústria da moda fez com que a profissão de costureira tenha caído em desuso. No entanto há pessoas que não prescindem de ter as suas roupas feitas por medida.
Em São Brás de Alportel há uma costureira que trabalha há 62 anos. A D. Zélia Lourenço começou a profissão como aprendiz aos 14 anos, mais tarde, aos 18 anos estabeleceu-se por conta própria. Quando começou a profissão levava 7$50 por fazer uma saia, uma bainha 0$10  e hoje leva 3.50€. Esta senhora hoje faz menos trabalhos, apenas pequenos arranjos e tem uma máquina, que foi uma herança de uma madrinha. Esta máquina tem 100 anos.
http://www.fca.pucminas.br/coreu/producao/jn-cultural/arquivos/costureiras/index01.htm



Doces de figo
Doceira
As doceiras eram senhoras que faziam os doces para casamentos, baptizados e outras festas. Essas senhoras iam para a casa de quem ia casar e passavam algum tempo, às vezes uma semana, para começar a preparar a boda.
Era uma tarefa que dava muito trabalho porque todos os doces eram feitos a mão. Estes eram cozidos em fornos de lenha. Ainda há uma senhora nos arredores de São Brás de Alportel que se chama Maria José com 88 anos, que era doceira.  Hoje já não faz nada, mas sabe todas as receitas.
Ela começou muito nova e fez mais de 200 casamentos e baptizados.


Ferreiro

Torno
O ferreiro é uma pessoa que faz objectos em ferro ou aço. Acredita-se que a profissão de ferreiro exista deste que o homem aprendeu a manipular e moldar os metais (em torno de 2000 a.C.). 
Durante a idade média era comum a imagem do ferreiro da aldeia, responsável por praticamente toda a metalurgia do feudo ou povoado. 
Em São Brás de Alportel também havia muitos ferreiros; contudo, hoje em dia são poucos os que exercem esta profissão.
FERREIRO NOS VILARINHOS
O Sr. Joaquim José Eusébio Gomes começou como aprendiz aos 12 anos com o pai e na oficina trabalhavam cerca de 43 pessoas. Trabalhou até aos 78 anos dos quais 28 anos por conta de outros e nos últimos anos por conta própria. No princípio da profissão, por não haver muitos automóveis, o que se fazia era peças para carroças, parafusos, argolas e cangalhos para pôr no pescoço de cavalos, burros ou mulas. Ultimamente é que se começaram a  fazer portas e portões.
Antes do aparecimento das máquinas, estes homens tinham um trabalho muito doloroso: para além de muito esforço de braços, tinham de suportar altas temperaturas, tanto de Verão como de Inverno, pois tudo era moldado através de fogo.
FERREIRO NO ALPORTEL
O Sr. Jorge Manuel Louro Brito, é proprietário desta oficina que herdou do pai.
Começou a frequentar a oficina desde criança e a trabalhar com 12 anos.
Esta casa já funciona há aproximadamente  85 anos. No inicio o que se fabricava eram sacholas, picaretas, foices e enxadas. Mais tarde começaram a fazer-se engenhos para noras, portas de chapa e portões para armazéns. Hoje funciona como serralharia civil, onde se fazem corrimões em ferro, portas de chapa e gradeamentos para muros. Tudo agora é mais fácil porque já se  trabalha com máquinas.



Fotógrafo
Máquina  fotográfica antiga
Mestre do seu ofício, o fotógrafo é alguém que retrata a realidade. O termo abrange actividades profissionais em campos como, por exemplo, fotografias de filmes, fotojornalismo, fotografia de publicidade, fotografia da natureza, fotografia de moda, fotografia documental, fotografia de guerra , fotografia de passe. 
São Brás de Alportel teve até há pouco só um fotógrafo, que era muito conhecido, pois fazia as fotografias em todo o tipo de acontecimentos, como casamentos, baptizados ou festas da vila, e tinha porta aberta onde funcionava como estúdio. A empregada, sempre o acompanhou, e aprendeu o ofício.
Hoje tem 60 anos e de momento não faz fotografia, mas vai voltar a fazer.
Na altura só se fazia fotografia a preto e branco mas ela quer voltar a fazer. Fotografia a preto e branco pouco se faz e ninguém sabe fazer (diz ela); a fotografia a preto e branco tem mais qualidade e fica para a vida.
Pensa fazer uma exposição de fotografias a preto e branco, pois tem um arquivo com mais de 60 anos e muitas fotos.

Limpador de árvores

Àrvore podada
É um indíviduo que trata das árvores, mais propriamente limpa - as de lenhas secas e faz as podas na época. Antigamente, um limpador de árvores tinha poucos recursos, apenas usava tesouras para podar e serrotes para cortar.Levava muito tempo para limpar uma árvore de porte médio, talvez 2 a 3 horas, era um trabalho muito demorado e mal pago. Hoje há mais recursos, como tesouras e serrotes eléctricos. Mas não há muito trabalho porque as pessoas não tratam das terras como tratavam noutros tempos. É uma profissão em vias de extinção.


Marceneiro
Trabalho em madeira
Marcenaria é o trabalho de transformar madeira num objecto útil ou decorativo.
O marceneiro deve possuir o dom da criatividade e saber desenhar em perspectiva, além de ter um vasto conhecimento do uso das ferramentas e dos materiais. A marcenaria abrange o fabrico de móveis, mas está mais ligada ao trabalho artesanal do que ao trabalho industrial. Visitámos a marcenaria mais antiga e única em São Brás de Alportel.
O proprietário, o senhor Beirão, exerce a actividade há 63 anos e aprendeu este ofício sozinho, por curiosidade e habilidade.
Na altura os recursos eram poucos, fazia arranjos de pequenas peças, como mesas, cadeiras, camas, portas e com algum dinheiro que foi ganhando, comprava utensílios que lhe faziam falta para alargar o seu negócio. Na altura não havia maquinaria, era tudo manual, mas com o passar dos anos começou a haver vários de tipos de madeira e outros materiais. Hoje é a maior marcenaria de São Brás de Alportel.



Moleiro
Moinho do Bengado
Moleiro é uma profissão antiga ligada à moagem de cereais, especialmente à do trigo para a fabricação de farinha. O termo moleiro denominava tanto trabalhadores de um moinho, como o proprietário.
A profissão de moleiro é uma das mais antigas ocupações humanas e surgiu de forma independente em várias partes do mundo, tendo sido essencial para o desenvolvimento da agricultura.
O senhor Paulino Viegas das Neves de 79 anos foi moleiro até aos 15 anos para ajudar o pai. Visto esta profissão não ser muito rentável, enveredou pelo caminho da construção civil, mas tem boas recordações do tempo em que foi moleiro.
O senhor Paulino diz que naquele tempo, devido à pobreza o moleiro funcionava como o pai do povo, ou seja, muitas famílias iam buscar farinha para fazer as papas para as crianças. Não havia pagamentos em dinheiro, tudo era feito por trocas.
Os moleiros, além de trabalharem nos moinhos, faziam dele a sua habitação. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moleiro


Parteira
 Parteira
A parteira tradicional pode ser considerada uma das profissionais mais antigas que existe, e mesmo com tantos avanços tecnológicos na assistência à saúde, continua desempenhando papel fundamental para a garantia de uma vida mais saudável para muitas mulheres
Dona Aldinha, com 86 anos, ajudou a nascer na altura muitas crianças .
O 1º parto que assistiu foi em 1940. Diz que na altura os meios não eram quase nenhuns e que as pessoas recorriam à parteira (curiosas).
A parteira tinha poucos recursos e meios, as pacientes sofriam muito, estavam em trabalho de parto entre 3 dias a uma semana, quase ninguém ia ao hospital. Depois de os bebés nascerem, as mães ficavam na cama cerca de um mês. Não levava dinheiro e as pessoas, como forma de agradecimento, davam-lhe géneros. Muitas vezes era convidada para madrinha dos bebés e, se fosse rapariga ,a parteira também furava as orelhas para colocar os brincos ,o que era feito com uma agulha e linha preta .Nessa época morriam muitas mães e bebés e não se sabia qual o motivo; quando isso acontecia, simplesmente diziam que «morreu de parto»



Sapateiro
 
Formas de sapatos
Ao longo do tempo os sapateiros deixaram de produzir calçado e passaram a ser requisitados apenas para trabalhos de conserto. Actualmente, as pessoas preferem comprar sapatos novos, em vez de mandar consertar. Por este motivo, a profissão de sapateiro está a extinguir-se.
Em São Brás de Alportel encontram-se poucas pessoas que consertam sapatos (2 ou 3). O Sr. Álvaro Rodrigues faz consertos há 50 anos e aprendeu com um familiar. Foi carteiro durante 40 anos, reformou-se há alguns anos e voltou a fazer arranjos. Faz muitos arranjos. Hoje leva 5 euros por umas capas, antes era 12$50; por umas solas, 17$50. O Sr. Álvaro diz que os sapatos hoje são baratos, quase não dá resultado arranjar, mas que antigamente as pessoas mandavam arranjar tudo várias vezes.   


Unidades ProdutivasTradicionais

Trabalhos em palma

Vassouras de palma

A palma é a folha de uma espécie de palmeira anã da região do Algarve. Com ela são efectuados diversos objectos. Inicialmente, esta matéria-prima provinha do interior do Algarve, crescia nos matos do Barrocal e , posteriormente, devido à escassez desta planta, começou a ser importada do sul de Espanha. A palma mais grosseira serve para vassouras e pincéis.
Em São Brás de Alportel existiam alguns artesãos que se dedicavam ao fabrico de vassouras, pincéis e vasculhos. O Sr. Romão Galego é um desses artesãos que ainda se dedica a este ofício. O Sr. Romão Galego dos Santos reside em Vilarinhos e tem 71 anos. Começou este ofício da palma há vinte anos numa brincadeira com um vizinho. Ele faz trabalhos como vassouras, pincéis e vasculhos. Colhe a palma na mata nas redondezas.  



Fábrica da Alfarroba

Alfarrobas
 A alfarrobeira (Ceratonia siliqua) é uma árvore originária da região mediterrânica que atinge cerca de 10 a 20 m de altura, cujo fruto é a alfarroba. A alfarrobeira, uma árvore de grande porte que se adapta perfeitamente ao clima seco e a solos de reduzida qualidade, não exigindo grandes cuidados na sua manutenção, mantém a sua produção para além dos 150 anos. Para além da sua utilização na alimentação dos animais, a alfarroba pode ser usada em vários produtos.
Fomos visitar o armazém de transformação de alfarroba chamado “Nepa Trital” do Sr. José Natalino Gonçalves. Dedica-se a esta actividade há cerca de quinze anos.
Recebe as alfarrobas, que são pesadas ainda em cima do camião, sendo este depois descarregado e pesado novamente para assim se saber qual é o peso exacto do produto. Posteriormente passam pela máquina na qual são trituradas e as grainhas separadas da polpa, ficando assim um granulado que serve para alimento de animais.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfarrobeira



Mármores
Trabalho em Mármore
Os Egípcios foram os primeiros a extrair e a  utilizar a pedra natural na construção de seus monumentos e túmulos funerários. A maior parte destes monumentos foram construídos em mármore e granito. A seguir aos egípcios, os gregos realizaram obras de grande magnitude em mármore, como o Parthenon, o Templo de Zeus ou o Templo de Artemis com 127 colunas de mármore. Posteriormente, os romanos passaram a utilizar o mármore e o granito nas suas construções; eles tinham especial apreço por estes materiais, utilizando-os em banhos públicos.
O Sr. José Dionísio Rita, no Serro da Mesquita, é proprietário de uma oficina de transformação de mármores. Começou nos Funchais, nas pedreiras, tinha onze anos, e foi aprendendo ao lado do pai e do avô.
O mármore e o granito vêm de Vila Viçosa para ser transformado na sua oficina e fazer trabalhos segundo as necessidades do cliente.
Trabalha com mármore, calcário moleanes e granito; o calcário moleanes vem da Serra de Aires, usa-se em cantarias, chão e também em piscinas; o granito e o mármore são usados em cozinhas, casas de banho, escadas, chão e também em campas de cemitérios.



Telheiro
Ladrilhos e Telhas
“A palavra cerâmica deriva do termo grego “keramike”, que significa argila que se destina à elaboração de objectos a partir do barro. Este possui a característica de se moldar facilmente enquanto pasta, adquirindo posteriormente dureza e resistência através da cozedura.
Antes da chegada dos Romanos já existia cerâmica em Portugal, mas é com estes e, mais tarde, com os Árabes, que esta actividade se desenvolve, pois foram estes que introduziram muitas das técnicas utilizadas no processo de fabrico da cerâmica e que actualmente ainda se utiliza.”
Em São Brás de Alportel, o Sr. Artur Cavaco é uma das pessoas que se dedica a este ofício. Começou por trabalhar nesta profissão com outras pessoas durante dois anos. Tudo começa pela extracção do barro (argila), o vermelho, que é extraído no sítio do Vale das Mealhas; o barro branco vem de Almancil.
No telheiro o trabalho começa com uma máquina doseadora que é alimentada por uma retroescavadora que serve para ir doseando o barro que vai para o destorroador (partir os torrões). Passa pelo moinho de martelos, que é utilizado para a preparação da pasta; esta por sua vez passa já fininha para o amassador, onde é amassada com água, seguindo por um tapete rolante para cima de uma bancada; aqui o barro é moldado para fazer peças que servem para revestimento e decorações.
A seguir é posto nos secadores (prateleiras) onde fica a secar, durante duas a três semanas no Inverno e três a quatro dias no Verão.



Lagar de Azeite

Prensa de azeite
Presentemente a produção do azeite é muito semelhante à dos nossos antepassados: - os gregos utilizavam prensas de madeira e os romanos utilizavam prensas de pedra de forma cónica movidas pela força animal. Mais tarde, na Idade Média, começaram a utilizar-se as rodas no moinho. Após o aparecimento da máquina a vapor surge o moinho de Pfeiffer, constituído por uma pedra circular onde se coloca a azeitona e sobre a qual giram quatro rodas cónicas que pisam e moem a azeitona. Com a electricidade surgem novos mecanismos que facilitam a produção do azeite. 
Visitamos o lagar de azeite que fica nos Vilarinhos, falámos com o Sr. José Libânio, que nos disse que este lagar começou a laborar em 1975. A produção começa com a entrega da azeitona que é pesada e lavada por uma máquina que vibra e a transporta para a máquina que mói (batedeira). Depois a azeitona vai para uma centrifugadora da qual sai uma água ruça por um tubo e, por outro, o azeite; ao fim de uma hora temos o azeite pronto para o cliente levar. Este azeite é depositado em vários depósitos: uns levam 20 mil litros outros 15 mil litros e, por fim, há os de 8 mil litros.
Para além da produção de azeite, temos também a caldeira de destilar figo e medronho. Para fazer a aguardente de figo, este fica 8 dias de molho dentro de depósitos, seguindo depois para a caldeira; passa pela serpentina a vapor, saindo a aguardente, processo que leva 10 minutos. O que faz arder a caldeira é o bagaço da azeitona, sendo o mesmo processo igual para o medronho.
http:// www.goisproperty.com/portugues/regiao%20de%goisoliveira-e-do.fabrico.htm

Pilha de cortiça


Fábrica da Cortiça
Cortiça é um material de origem vegetal, a casca dos sobreiros (Quercus suber). A cortiça é uma matéria-prima nobre e utiliza-se no revestimento de solos, nos isolamentos (térmicos e acústicos), na fabricação de instrumentos musicais, em artigos de decoração, nos componentes para calçados e para no sector industrial de diversos componentes de automóvel, bebidas, construção, alvenaria e decoração, entre outros.
Em São Brás de alportel a fábrica, NOVA CORTIÇA funciona desde 1986. A sua produção  é constituída  unicamente por discos de cortiça para rolhas de champanhe ou vinho, 90% champanhe e 10% para vinho.
Quando se planta um sobreiro é preciso esperar 25 a 30 anos pela cortiça e mais uns 9 anos para tirar a primeira. 
Para a produção dos discos, o primeiro passo é cozer a cortiça (100º) e ,depois de cozida, vem para a fábrica. São feitos 2 milhões de discos por dia e dividem-se em 3 classes: os de 1ª classe são para fazer as rolhas do champanhe francês, os da 2ª classe para champanhe espanhol e os de  3º classe para champanhe italiano.
A cortiça vem do Alentejo, Algarve e Espanha, mas podemos dizer que 51% da cortiça mundial é portuguesa.

4 comentários:

  1. Podia explicar o que faz um Capador? Estou intrigado!!!

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  2. um dos mais bonitos obrigada por mencionar os nossos ofícios antigos e divulgarem ,muito bonito
    obrigado

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  3. Ao menos estes recebem dinheiro e fazem alguma coisa de jeito, aprendem e divulgam o Património do seu concelho.
    Estão todos de Parabéns, pela iniciativa e pela informação prestada. Continuem.

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  4. Sou lusodescendente, filho de portugueses do Algarve, Antonio dos Santos Lopes e Maria Luisa Da Conceicao Viegas... meu pai foi sapateiro;
    estou escrevendo um livro sobre lusodescendentes na Argentina e otros paises... o meu mail é lusodescendientes@yahoo.com.ar

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