Festas


São Brás de Alportel é uma vila com sabor a serra e com encanto do passado. O centro histórico e as suas povoações estão carregadas de história.

Além disto, São Brás tem inúmeras festas tradicionais. Entre elas, uma das mais antigas e religiosas festas do Algarve, actualmente só decorre no  concelho; estamos falando da festa da Aleluia, “Tochas Floridas”, que permite admirar tapetes de flores compostos directamente no chão.
As ruas apinham-se de gente em nome de uma fé ou tradição e erguem-se as tochas ao alto, cantando-se o refrão “Ressuscitou como disse! Aleluia! Aleluia! Aleluia!”
Além desta tradição religiosa, há muitas outras que importa referir, nomeadamente, os presépios na época do Natal, as charolas que se cantam no início do ano, o Carnaval, as Procissões e as feiras, uma das quais a Feira da Serra.


Presépios de São Brás de Alportel

 As diferentes localidades do concelho orgulham-se dos seus presépios. Para além dos que são feitos e expostos na vila, há também os que se fazem na Mesquita, no Peral, nos Machados e no Corotelo.

                              Presépio do Alportel                                                      Presépio do Alportel 

Pre. Tradicional do Algarve
O presépio do Algarve pouco tem a ver com o de Belém:    - o presépio serrenho apresenta-se simples e sóbrio, armado em escadaria, com o menino Jesus em pé no alto, juntando-se a este oratório as “searinhas” para que o menino abençoe o trigo e as laranjas; estas são um fruto simbólico de riqueza e são colocadas no presépio para que sejam abençoadas as árvores de fruto.
Presépio dos Machados
As searinhas com grãos de trigo ou centeio são colocadas em pequenas taças no dia 8 de Dezembro, dia da Nossa Sr.ª da Conceição, e mal germinam são cuidadosamente mantidas até ao Natal e colocadas juntamente com as laranjas no presépio.
Além do presépio tradicional, há também os presépios de origem franciscana que estão presentes na região e dão lugar a diferentes encenações, utilizando os materiais que a natureza oferece, tais como, a cortiça e o musgo; com a ajuda do engenho popular criam-se autênticas obras de arte que recriam várias artes e ofícios de diferentes épocas.


                Presépio da Alfarrobeira da Tumba, Peral                    Presépio da Alfarrobeira da Tumba, Peral 


Charolas


Charola da Mesquita
As Charolas constituem uma tradição associada à celebração do Ano Novo, cuja origem não se encontra bem determinada.
Porém, através de alguma pesquisa (Sr. Mário José), ficamos a saber que antigamente estes cânticos eram feitos na véspera de Natal pelos mais pobres às portas das famílias mais abastadas como forma de um peditório para obter alguma comida para superar necessidades.
Mais tarde, os grupos deslocavam-se de porta em porta gritando “Vivas” aos residentes.
Charola da Mesquita
Actualmente, os grupos de charolas reúnem-se em encontros organizados, alguns pela Associação Cultural Sambrazense que, neste ano de 2011, realizou o 28.º encontro de Charolas. Trata-se de um dos mais antigos de todo o Algarve, e o espectáculo pode ser visto no Cine Teatro de São Brás, uma vez que é aberto a toda a comunidade; todos os outros encontros se realizam um pouco por todo o concelho.
Nestes cânticos os grupos transportam consigo o Menino Jesus numa alcofa ou caixa de madeira e, no momento da despedida, recebem ofertas em jeito de "agradecimento”.
Charola da Mesquita
As cantigas exprimem os desejos de um bom ano, mas os “Vivas” não deixam, por vezes, de compor referências sarcásticas a acontecimentos ou a figuras conhecidas.
É um espectáculo único e retrata bem as tradições enraizadas no nosso concelho e que se pretende preservar para as próximas gerações.  



Versos da Charola da Mesquita 2009

Canto Velho

I
Em nome de Deus começo
Ai mas em nome de Deus Ámen
Quem no nome de Deus fala
Pois sempre lhe acontece Bem

II
Boas festas meus senhores
Mas boas festas viemos dar
Nós trazemos um Deus menino
Mas para quem o quiser Beijar

III

Nossa senhora faz meia
Com linha feita de luz
O novelo é lua cheia
E as meias são para Jesus

IV
Já lá vem três cavaleiros
Ai que fazem sombra no mar
São os três Reis do Oriente
Gaspar, Melchior e Baltazar



Versos da Charola da Mesquita 2011

Estilo Novo

I
A cantar nós vos saudamos
Neste inicio de Ano Novo
Com muito gosto aqui estamos
Para divertir o povo

II
Esta nossa juventude
A todos queremos mostrar
Desejamos muita saúde
A quem nos está a escutar

III
Ao Deus menino cantamos
E isso nos satisfaz
Com prazer representamos
O concelho de São Brás

IV
Eu já estou velho e cansado
Desculpai algum engano
Amigos muito obrigado
Um abraço, até para o ano


Depoimento do Senhor Mário José

Sobre as Charolas obtivemos alguns esclarecimentos através do Senhor Mário José que é um dos organizadores e fundadores da Charola da Mesquita, criada em 2003-2004.
Desde tenra idade o Senhor Mário José participava com o seu pai nas Charolas, que nesse tempo eram cantadas de porta em porta na véspera de Natal. Desde então, o Sr. Mário começou a ter gosto por esta tradição, não a abandonando e mantendo-a viva até hoje.
Actualmente as Charolas da Mesquita já divulgaram estes cânticos em várias localidades do Algarve, entre elas, Faro, Olhão, Almancil e Loulé, obtendo assim inúmeros prémios.


Feiras

Feira de Santa Maria


A feira de Santa Maria realiza-se no dia 2 de Fevereiro em S. Brás de Alportel, e é também apelidada de feira do “Pau Roxo”. Antigamente esta era realizada no Barreira dos Porcos (foi-lhe dado este nome porque todos os domingos havia mercado e era nesse local que se fazia o comércio dos bacorinhos).
A origem deste nome vem do tempo em que se vendiam cenouras roxas que eram cultivadas e trazidas em carros de mula das campinas de Faro.
Esta leguminosa foi em tempos um petisco comum em tabernas, onde era comida crua às rodelas ou cozida temperada com vinagre. As cenouras comercializadas antigamente tinham cores diferentes: brancas, roxas ou talvez pretas.
Esta feira em tempos era bastante concorrida, quer em matéria de oferta, quer em visitantes. Era um dia muito importante na vida social e económica do concelho. Era também conhecida como um local de trocas comerciais e de encontro de amigos e parentes. Dia ansiado por quem vivia no campo, pois era dia de vir à vila comprar as “feiras”.
                                                      
                                Feira de Santa Maria                                              Feira de Santa Maria                               



Feira de Setembro em São Brás de Alportel

No primeiro domingo do mês de Setembro, este ano no dia 4, São Brás de Alportel marca encontro com a tradição que se preserva na memória das gerações, ano após ano, na festa e feira de Setembro.
Esta feira constitui-se como uma diversificada mostra de produtos locais, que só por si contam histórias de um importante legado cultural. A arte dos mestres de ofícios dão cor e fazem reviver as tradições nas ruas da feira, com as coloridas miniaturas de carroças em madeira de José Guerreiro e os curiosos trabalhos em esparto e em palma de João Florêncio e Custódio Cavaco, a que se juntam os sabores da doçaria regional, com aroma a figos secos, a amêndoa e alfarroba, numa saborosa mostra de tradição.
A festa e feira de Setembro visam cumprir a tradição e passar o testemunho entre gerações e manter viva a história cultural das gentes sambrasenses.

Carnaval

Carnaval de S. B. A. 2011
O Carnaval teve origem na Grécia, de 605 a 527 a.C., quando os homens começaram a comemorar a fertilidade e produtividade do solo.
O Carnaval pagão começou então quando Pisistráto (tirano da antiga Atenas que governou em 546 a 527 a.C) oficializou o culto a Dionisio, no século VII a.C., e terminou quando a Igreja Católica adoptou a festa, em 590 d.C.
A primeira concentração carnavalesca localizou-se no Egipto. A festa era baseada na dança e na cantoria em volta de fogueiras. Os foliões usavam máscaras e também disfarces que simbolizavam a inexistência de classes. Depois, a tradição espalhou-se pela Grécia e Roma, entre o século VII a.C. e VI d.C.
Carnaval S.B.A. 2011
A separação da sociedade em classes fazia com que houvesse necessidade de festas como esta, e foi então a partir dessa época que o sexo e a bebida começassem a fazer parte da festa.
Em seguida o Carnaval chegou a Veneza e espalhou-se um pouco por todo o mundo. Diz-se que foi lá que a festa tomou as características actuais, tais como, as máscaras, as fantasias, os carros alegóricos e os desfiles, entre outras.
Como já referimos, o Carnaval Cristão passou a existir quando a Igreja Católica oficializou a festa, em 590 d.C.. Antes desta data, a festa era condenada pela Igreja pelo seu carácter pecaminoso. No entanto, as autoridades eclesiásticas da época viram-se num beco sem saída. Era impossível proibir o Carnaval. Foi então que houve a imposição de cerimónias oficiais sérias para conter a libertinagem. Mas esse tipo de festa ia contra a principal característica do Carnaval, que era o riso e a brincadeira.
Só em 1545, no Concílio de Trento, é que o Carnaval foi reconhecido como uma manifestação popular de rua e, em 1582, o Papa Gregório XIII transformou o calendário Juliano em Gregoriano e estabeleceu as datas do Carnaval.
Existe um motivo para a mobilidade da data: consiste em não coincidir com a Páscoa Católica, que não pode ter data fixa para não coincidir com a Páscoa dos judeus.
Carnaval S.B.A 2011
O cálculo é um tanto complexo, pois determina-se o equinócio da Primavera, que ocorre entre dias 21 e 22 de Março no hemisfério Norte; observando a lua nova que antecede o equinócio, o primeiro domingo após 14º dia de lua nova é o domingo de Páscoa.
A Páscoa só pode ser entre 22 de Março e 25 de Abril.
O domingo de Carnaval é sempre no sétimo domingo antes do domingo de Páscoa. A principal diversão dos foliões era jogar água uns aos outros.
Em São Brás de Alportel também se festeja o Carnaval, tradicional e brincalhão como noutros tempos.
Muito folião e português, o Entrudo é uma festa popular, onde se diz a brincar o que pela alma passa, porque lá diz o ditado “É Carnaval, ninguém leva a mal e até é levado por graça!”
Carnaval S.B.A 2011
Este Carnaval Tradicional faz-se de diversas iniciativas, mas tem o ponto alto na terça-feira gorda, quando, cumprindo a tradição, o povo sai à rua para brincar ao faz de conta, num desfile de foliões e carros alegóricos, aberto à participação de todos.
Este ano realizou-se o XI Concurso de Carnaval, que conta com o apoio financeiro da Câmara Municipal para ajudar a custear as despesas efectuadas com elaboração dos carros e os disfarces.
Para os critérios de avaliação é constituído um júri de cinco elementos. Dele fazem parte um representante da comunicação social local, um representante da comunicação social regional, um representante da Câmara Municipal, um representante da Junta de Freguesia e um representante da comunidade local.


A avaliação é feita a partir de:
  • Criatividade e originalidade do tema;
  • Tipicidade e adequação ao espírito do carnaval tradicional;
  • Elaboração e construção do carro e ou disfarces;
  • Dinamismo, alegria e animação do grupo/participante;
  • Cumprimento das presentes normas e correcta inscrição.
A realização deste concurso tem como objectivos valorizar e preservar as tradições carnavalescas e dinamizar o tradicional desfile de Carnaval de São Brás de Alportel, incentivando a criatividade, a imaginação, o espírito folião e a sátira social, próprios desta quadra, bem como o espírito de trabalho em equipa e de comunidade, em torno de uma actividade lúdica e recreativa.


Páscoa


A Páscoa é uma das comemorações mais importantes nas culturas ocidentais.
A sua origem remonta a muitos séculos atrás. O termo “Páscoa” tem uma origem religiosa que vem do latim “Pascae”.
Na Grécia antiga este termo também é encontrado como “Paska”, porém a sua origem mais remota é hebraica, em que aparece o termo “Pasach”, cujo significado é passagem.
Entre os Cristãos, a semana anterior à Páscoa é considerada como semana Santa, que tem início no Domingo de Ramos, aquele que marca a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém.
A vila de São Brás, em cada Domingo de Páscoa, torna-se num palco de uma das mais bonitas e prestigiadas procissões religiosas do país.
Os sambrasenses retornam à sua terra neste dia para que, em conjunto com as suas famílias, celebrem esta manifestação popular de fé.
As famílias sambrasenses têm por hábito neste dia juntar-se em torno da mesa para celebrar a Páscoa e apreciar saborosas iguarias desta época, de que se destacam o cordeiro pascal, os doces à base de frutos secos, os folares e as amêndoas tenras de São Brás, feitas artesanalmente, em tachos de cobre.

A História do Coelho da Páscoa e os Ovos

A figura do coelho representa a fertilidade, já que se reproduz rapidamente e em grandes quantidades. Entre os povos da antiguidade, a fertilidade era sinónimo de preservação da espécie e de melhores condições de vida.
No que diz respeito aos ovos da Páscoa, eles são uma tradição milenar relacionada com o Cristianismo: - o ovo simboliza o nascimento, mas também a morte e a vida, pois a Páscoa marca a ressurreição para uma vida nova. Também na ceia pascal judaica há um ovo duro em cima da mesa que simboliza a destruição da escravidão.
Hoje em dia cada país decora os ovos de acordo com a tradição e fantasia do povo. Alguns são uma verdadeira obra de arte.

Folar

Comer o folar no dia de Páscoa ou no dia seguinte é uma tradição no mundo cristão. Mas essa mesma tradição surge em nações distintas e em épocas diferentes.
Na segunda-feira pascal, logo de manhã cedo, ia-se à missa; depois as famílias iam para o campo, onde não faltavam os jogos, a corrida de galos, a dança e as representações burlescas. Toda a gente levava folares de ovos, crepes, vinho e gulodices, tradição que ainda perdura em muitas localidades. Em São Brás de Alportel o lugar mais concorrido era a Fonte Férrea.
No Algarve existe uma grande variedade de folares, de acordo com as tradições dos seus habitantes; entre tantos existe o nosso. É um folar muito apetitoso e também muito procurado.


Festa das Tochas

Na vila Algarvia de São Brás de Alportel, o Domingo de Páscoa assinala-se com a festa das Tochas Floridas. A procissão sem santos leva à rua flores, às varandas colchas e, nas mãos dos homens, tochas.
“Ressuscitou como disse! Aleluia! Aleluia! Aleluia!”.
Com este grito de alegria saem às ruas de São Brás de Alportel centenas de pessoas que empunham Tochas Floridas para comemorar a Ressurreição de Cristo, no Domingo de Páscoa.
No percurso da procissão as ruas são enfeitadas por tapetes de flores, que são recolhidas por voluntários e dispostas na noite anterior. São utilizadas flores campestres como o rosmaninho, o alecrim, a alfazema e outras.
As normas litúrgicas dizem que esta procissão se faz logo pela manhã, antes da missa, ao romper da aurora, para recordar as três Marias que foram ao sepulcro ao nascer do sol e encontraram o túmulo vazio.
No primeiro quartel do séc. XVII a população de São Brás começou a realizar a Procissão da Aleluia com todo o esplendor, tornando-se rapidamente numa das mais imponentes procissões do Algarve e na maior festa do nosso concelho. Apesar de esta procissão ter sido muito popular no Algarve, só continua a ser realizada no concelho de São Brás de Alportel.
Antigamente as confrarias eram obrigadas a levar uma tocha acesa ou uma luminária e opas vestidas. Posteriormente, a falta de cera levou ao aparecimento de paus pintados e ornamentados com flores, no cimo dos quais se colocava uma pequena vela; mais tarde, com o desaparecimento das confrarias, permanecem na procissão os paus enfeitados, as lanternas e as velas acesas ao lado do pálio e as opas que ainda hoje são trajadas pelos homens que transportam o pálio.
Durante a procissão sempre se cantaram hinos, responsos e o Aleluia em honra da Ressurreição do Senhor. Outrora havia um ou dois coros a cantar e o povo respondia, mas, com o passar do tempo, com a falta de clero e de cantores, o canto ficou na boca do povo. 



Quadras Premiadas de 2009

Num cortejo grandioso
Onde a Fé tem um altar
Ergue a Cristo glorioso
A linda tocha a cantar!

Autor: Maria José Fraqueza
Pseudónimo: Devoto
 

Em cada tocha florida
Que o Povo leva na mão
Vai uma esp´rança de vida
E fé na Ressurreição!

Autor: Álvaro Manuel Viegas Cavaco
Pseudónimo: Católico

Aleluia canto à vida
E sigo na procissão
Na mão, a tocha florida
Jesus, em meu coração!

Autor: Maria Otília Paulo
Pseudónimo: “Para lá do monte”


Depoimento de Olga Gago

Na pesquisa de dados sobre quem organiza a decoração das ruas para a Procissão da Aleluia, “Tochas Floridas”, falámos com a senhora Olga Gago, que nos informou que é a Associação Cultural Sambrasense, com a colaboração da Câmara Municipal, que realiza tais enfeites.
Elucidou-nos que a apanha das flores se faz com uma semana de antecedência; esta é feita por voluntários, por escuteiros e auxiliares de educação das escolas de São Brás. Essencialmente são flores campestres mas, por vezes, são inseridas nos tapetes pétalas de rosa, doadas por uma estufa de flores situada perto de Faro.
Estas são guardadas em arcas frigoríficas até à véspera da festa. Na madrugada iniciam-se os trabalhos de decoração das ruas por volta das 4:30 da manhã: - a Câmara cede carrinhas para a distribuição das flores e por cada rua é feita a repartição das caixas consoante o tamanho da rua.
A rua que vai da Igreja Matriz ao Largo de São Sebastião é decorada pela Associação Cultural Sambrasense e por moradores residentes; na Avenida da Liberdade são os moradores que a decoram, embora nos últimos tempos tenha sido a família Catarino a efectuar esse trabalho; a rua Dr. José Dias Sancho é decorada pelos escuteiros; já a rua João de Deus é pelo Grupo Jovens sem Fronteiras (pertencentes à catequese). As restantes ruas são enfeitadas por moradores e voluntários.
Para além do tapete florido nas ruas, os moradores embelezam as suas varandas com as suas melhores colchas e folhas de palmeira.
No que se refere à atribuição de prémios referentes às poesias das Tochas Floridas, a senhora Olga Gago disse-nos que é criado um júri composto por sete jurados: quatro representando cada nível de ensino do Concelho, um representante da Câmara Municipal de São Brás, um da Paróquia, um da Associação Cultural Sambrasense e um da Biblioteca Municipal.
Para além dos prémios já referidos, há também outros para a varanda mais embelezada e para a mais bela e elaborada tocha.
Estes prémios são um meio de valorizar as tochas, o empenho das pessoas e premiar a criatividade, para que nos próximos anos esta iniciativa continue.

Depoimento Sr. Bernardino
  
O Sr. Bernardino é uma das pessoas que participa todos os anos na procissão da Aleluia, na qual começou por participar quando tinha apenas 4 anos, incentivado pelo seu tio.
Elucidou-nos que bebem aguardente durante a procissão para afinar as vozes. Confirma-se que é uma pessoa com muito talento, pois tem ganho quase todos os anos o 1º prémio, tendo já obtido também o 2º prémio.
1982 foi o primeiro ano em que o Município São Brás, em parceria com a Paróquia, realizou o concurso de tochas e o Sr. Bernardino ganhou o primeiro lugar.

As tochas são feitas a partir de um pau de madeira e fio de nylon para segurar os enfeites; as flores usadas são: rosas albardeiras, pampilhos, calças de cuco, cebola brava, espiga de trigo e também a palma. Estas são apanhadas na véspera da festa, e de manhã cedo inicia-se o trabalho de enfeite, sendo necessárias cerca de quatro horas até a tocha ser concluída.
Estas são autênticas obras de arte, não só pelo trabalho nelas empregue, mas também pela sua beleza.

 
Santos Populares


As festas dos santos populares são celebrações que acontecem em vários países. Estão historicamente relacionadas com a festa pagã do solstício de Verão e incluem as fogueiras.
Santo António nasceu em Lisboa, por volta do ano de 1195.
São João, segundo a Bíblia, era filho de Zacarias e Isabel, e foi quem batizou Jesus Cristo, nas águas do rio Jordão. Daí vem o nome Batista, o "batizador".
São Pedro, ainda segundo a Bíblia, originalmente chamava-se Simão, era natural da Galiléia, das margens do mar de Tiberíades, filho de Jonas e pescador de profissão, sócio de uma pequena frota de barcos pesqueiros.
O mês de Junho é, tradicionalmente, o mês dos Santos Populares: St. António, S. João e S. Pedro.
Em S.Brás de Alportel também há momentos de convívio e animação que marcam estes anos com tradicionais arraiais de Santo António, São João e São Pedro nos vários sítios do concelho. E não faltam os bailaricos e a sardinha assada acompanhada pela actuação de ranchos folclóricos e marchas populares.
Procissões


Procissão do Senhor dos Passos
A Procissão dos Passos é uma das partes importantes da Semana Santa. Efectua-se no Domingo de Ramos (no quarto domingo da Quaresma) e muitos fiéis acompanham Cristo no caminho do calvário. Os Passos são sete e em tempos existiam altares montados nas casas ao longo do trajecto.
Eram montados pelos habitantes religiosos de São Brás de Alportel, tradição que hoje em dia já não se cumpre; eram compostos por uma mesa com uma toalha nobre embelezada com flores e também era posto um tapete no chão e uma almofada que servia para que o padre se ajoelhasse junto a este pequeno altar e rezasse.

A Procissão de Corpo de Deus
A Procissão do Corpo de Deus só se começou a realizar neste concelho a partir de 9 de Março de 1731, quando D. José de Santa Susana (eleito Bispo do Algarve, em 1715, em 1719 o Papa Clemente nomeou-o Cardeal Presbítero e Inocêncio XIII deu-lhe o anel cardinalício, com o título de Santa Susana) autorizou que esta se fizesse na aldeia.
A paróquia tinha “clérigos bastantes e cópia de confrarias para a organização da procissão. Atendendo à capacidade do lugar pois nelle há pallacio Episcopal e estar longe de Faro o bispo concedeu autorização para que anualmente se fizesse a procissão com todo o esplendor, e segundo as possibilidades da freguesia.”(Duarte,pag.138 e 139,2005)
Nesta procissão leva-se a custódia com o Santíssimo Sacramento que só sai 2 vezes por ano, uma na Procissão da Aleluia e outra nesta procissão, que neste ano se realiza no dia 23 Junho na quinta feira Santa.
Além das procissões que já referimos no texto, em S.Brás de Alportel também se celebram outras, entre as quais a Festa da Nossa Senhora das Dores (em honra das dores da Nossa Senhora) que se celebra em Setembro, sempre ao domingo. A Procissão do Enterro do Senhor celebra-se na sexta-feira Santa antes do Domingo de Páscoa e a Procissão da Nossa Senhora de Fátima realiza-se em Maio, à noite, e nesta os fiéis fazem-se acompanhar de velas.

Bibliografia



- http://alma-algarvia.blogspot.com/2009/04/festa-das-tochas-floridas-sao-bras-de.html
-http://sbrás.blogspot.com/2007/03/feira-de-st-maria-html
-Duarte, Afonso da Cunha, 2005, Memórias de São Brás de Alportel, Igrejas e Instituições Vol.1, Edição Casa da Cultura António Bentes 



6 comentários:

  1. Parabéns pelo vosso trabalho e pela informação que fornecem da vossa terra. Continuem e bem hajam.

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  2. felicidades tá muito giro

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  3. Sou motoqueiro e gostava de saber quando é a concentração motard em São Brás?

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  4. Qual é o tamanho máximo das tochas que se pode levar na procissão?

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  5. Gostei de ver a minha familia na fotografia das charolas, não podem pôr mais fotgrafias?

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  6. Estou muito orgulhosa da turma!
    Fizeram um trabalho muito bonito, útil e pertinente!

    Um abraço e toda a sorte do mundo nos vossos percursos!

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